O mito do rebaixamento

Sim, é triste. Mas não é motivo para briga, para caos, para suicídio.

Mais um grande do futebol mundial foi rebaixado hoje. O River Plate, pela primeira vez em sua história, caiu para a segunda divisão do campeonato argentino. Assim como Arsenal, Manchester United, Liverpool, Fluminense, Botafogo, Grêmio, Corinthians, Vasco...

Posso dizer porque já passei por isso. Vi meu Vasco rebaixado. Não senti vergonha. Não chorei. Não estou julgando quem chora, cada um tem sua reação. Saí de São Januário em 2008 pensando na reformulação, quem comandaria o time, quem contrataria.

As provocações acontecem nos dias seguintes, as piadas normais do futebol. Elas passam. Essa dor só dura aqueles dias. Quando o time entra em campo para disputar uma segunda divisão, ele é o mesmo time. A alegria que eu sentia quando via a camisa com a faixa diagonal e a cruz no peito saindo do vestiário, era a mesma. Quando o árbitro apitava então, nem se lembra que é série B. A bola é redonda, a grama é verde (quase sempre) e quando a bola estufa a rede, é gol da mesma maneira.

A paixão pelo time não muda em nada. O slogan usado na campanha vascaína "o sentimento não para" vale para qualquer clube. Para quem ama um time, vai ter a mesma alegria quando o vê em ação, seja lá qual série for, seja disputando título ou fazendo um coletivo. Não sei se a minha paixão é diferente da sua.

Essas equipes subiram novamente, não mais fortes, como o clichê que o jornalismo esportivo adotou gosta de definir. Continuam tão fortes como eram. Talvez mais organizadas. É uma coisa natural. Pensando no futuro, teremos clubes bicentenários, que possivelmente passarão por um momento desse, pela primeira vez ou não.

Envolve paixão, alegria e sofrimento. No fim das contas, é um esporte. Uns ganham, outros perdem. O mundo não acabou. O River Plate vai voltar à primeira divisão. Assim como Arsenal, Manchester United, Liverpool, Fluminense, Botafogo, Grêmio, Corinthians, Vasco...

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